O ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) reapareceu nas redes sociais neste domingo (20) para rebater declarações do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), sobre a situação da segurança pública e do sistema prisional na Bahia. Em tom crítico, Geddel acusou o adversário de agir de forma “leviana” e “oportunista” ao responsabilizar os governos petistas pelos problemas no setor — mesmo enquanto seu próprio partido ocupa cargos estratégicos na atual gestão.
Presidente do MDB na Bahia, Geddel é o padrinho político de José Carlos Souto de Castro Filho, atual secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização da Bahia (Seap-BA), indicado pela sigla e mantido no cargo pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT). A pasta vem enfrentando desgaste público após episódios como uma fuga em massa de 16 presos e denúncias de irregularidades em unidades prisionais do estado.
Apesar disso, Geddel preferiu mirar suas críticas exclusivamente em ACM Neto, trazendo à tona a herança política do carlismo.
“O grupo dele governou a Bahia por mais de 40 anos. Fugas em massa, superlotação de presídios, acusações de suborno. Eu peguei manchetes da época: ‘Fuga de presos paga com cheque sem fundo’. Isso é gestão de segurança?”, ironizou o ex-ministro, citando mandatos do avô de Neto, o ex-senador Antônio Carlos Magalhães.
O vídeo de Geddel também foi usado como palanque para lembrar seu papel na eleição de Jaques Wagner (PT) em 2006, quando rompeu com o carlismo e ajudou a abrir caminho para o domínio petista na Bahia. Desde então, o MDB sob sua liderança tem se aliado aos governos petistas, mantendo espaço político em diversas áreas — inclusive na segurança pública.
Geddel ainda criticou o que chamou de “milícia digital” de ACM Neto, alegando que seus posicionamentos são frequentemente respondidos com ataques pessoais.
“Quem me conhece sabe que não me intimido. Não se responde a críticas com ofensas”, declarou.
Ao final do vídeo, prometeu continuar discutindo o tema com “seriedade e responsabilidade”, mas sem mencionar as falhas da gestão atual — da qual seu grupo político faz parte ativa. O tom da declaração foi interpretado por analistas como uma tentativa de blindar sua própria influência dentro do governo e manter a indicação da Seap longe de novas pressões.