Uma servidora pública estadual com 34 anos de carreira, sendo 15 deles dedicados ao Hemoba de Brumado, registrou, na manhã desta sexta-feira (29), uma ocorrência na Delegacia Territorial da cidade, denunciando práticas de assédio moral, humilhação, constrangimento, perseguição e ameaças por parte da direção da unidade. O boletim de ocorrência, obtido com exclusividade pelo site Achei Sudoeste, descreve um ambiente de trabalho tumultuado, agravado por uma gestão que, segundo a denunciante, tem causado sérios prejuízos tanto para os servidores quanto para o atendimento aos doadores.
De acordo com a servidora, o caos administrativo no Hemoba tem levado à saída de diversos funcionários. Nos últimos quatro meses, nove trabalhadores pediram demissão, enquanto três foram demitidos, reflexo das perseguições e casos de assédio moral constantes. O registro policial também aponta que os servidores estão sendo impossibilitados de desempenhar suas funções com a segurança e tranquilidade necessárias, em um cenário de constante pressão e medidas autoritárias.
A denunciante afirmou que recorreu à Polícia Civil não apenas em defesa de sua integridade, mas também para proteger suas colegas de trabalho, que, segundo ela, estão expostas a uma gestão abusiva e desrespeitosa. A situação no Hemoba de Brumado também reflete nos atendimentos aos doadores de sangue, que têm reclamado da demora no processo, levando muitos a desistirem de completar a doação. Além disso, a campanha da Semana do Doador de Sangue, que deveria ser um momento de incentivo à doação, está sendo prejudicada pela falta de organização, com problemas na entrega de brindes e distribuição de salgadinhos aos doadores, que só ocorre mediante registro de um funcionário.
Procurada pela reportagem, a direção do Hemoba de Brumado optou por não se manifestar sobre as acusações. A corregedoria do Hemoba, sediada em Salvador, anunciou que o caso será investigado para apurar as denúncias de assédio e os problemas administrativos apontados pelos servidores.