As vendas do comércio varejista baiano mantiveram estabilidade em abril (0,2%) de 2025, frente ao mês anterior. O varejo nacional também apresentou moderação nos negócios (-0,4%). Na análise mensal, a Bahia e o Brasil registraram crescimento de 1,8% e 4,8%, respectivamente. Esses dados foram apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).
A estabilidade resulta do consumo moderado disseminado entre as faixas de renda mais baixas, ante à alta dos juros que compromete a situação financeira das famílias. Segundo os dados da Fundação Getúlio Vargas, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do FGV IBRE sobe 0,5 ponto, para 84,8 pontos. Entretanto, para as famílias de renda mais baixa houve recuo da confiança pelo quinto mês consecutivo.
No resultado mensal, o comportamento das vendas se justifica devido aos seguintes fatores: o efeito base, já que em igual mês do ano passado houve crescimento dos negócios na ordem de 7,3%; e a comemoração da Semana Santa, que apesar dos elevados preços dos ovos da Páscoa, carro chefe das vendas no período, teve na desaceleração da inflação para o grupo de Alimentação e bebidas a sua principal contribuição. De acordo com a Fecomércio BA, o índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), da Fecomércio BA e CNC, aumentou 2,7% na comparação com o mesmo período do ano passado, revelando que as famílias estiveram mais confiantes em realizarem suas compras. Esse comportamento se deve muito ao impulso da baixa taxa de desemprego, e crescimento da renda real. Os empréstimos consignados com descontos no FGTS também podem ser apontados como fatores impulsionadores para elevar o otimismo do consumidor.
Em abril, na análise das atividades, observa-se que a expansão verificada nas vendas na comparação com o ano passado foi resultado do comportamento dos segmentos de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,8%), levando em consideração o seu peso de contribuição para o setor, influenciado pela desaceleração nos preços dos alimentos e por artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos com a taxa de 8,7%, dada sua característica de comerciais bens inelásticos.
No comércio varejista ampliado, que inclui o varejo restrito e mais as atividades de veículos, motocicletas, partes e peças, material de construção, e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo as vendas na Bahia, se mantiveram estáveis (0,1%) em relação ao mês imediatamente anterior. Na comparação a igual mês do ano anterior o recuo foi de -2,2%, resultando no acumulado do ano a taxa negativa de - 2,5%.
Esse movimento foi influenciado pelo comportamento de atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo que registrou recuos nas suas vendas de -22,2%. Em relação ao segmento de veículos, motocicletas, partes e peças houve estabilidade nas vendas (0,1%), e crescimento de 3,3% na atividade de materiais de construção, representando uma mudança de trajetória, quando comparado ao mês imediatamente anterior.
Fonte: Ascom/SEI