O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), está oferecendo o Curso de Formação sobre Violência Política de Gênero e Raça, presencial, nos dias 7 e 8 de julho de 2025, das 9h às 17h, na Casa da Mulher Brasileira, em Salvador. A formação é idealizada pelo Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (NEIM/Ufba) e integra as ações do Grupo de Trabalho Intersecretarias de Prevenção e Enfrentamento à Violência Política de Gênero e Raça.
Voltado a servidoras e servidores de todas as secretarias e órgãos estaduais, o curso utilizará metodologia participativa, com exposições dialogadas e estudo de casos. Serão abordados temas como introdução a estudos de gênero e raça, interseções entre gênero e violência, representatividade feminina nos espaços de decisão e múltiplas formas da violência política de gênero e raça no cotidiano institucional.
A formação terá entre as convidadas Vanda Pignato, militante feminista salvadorenha, ex-primeira-dama de El Salvador e idealizadora da Ciudad Mujer — uma política pública de referência internacional no enfrentamento à violência contra as mulheres, que inspirou, no Brasil, a criação da Casa da Mulher Brasileira. Também estará presente Estella Bezerra, deputada federal licenciada pela Paraíba e atual Secretária Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres (Senev), do Ministério das Mulheres.
A secretária de política para as mulheres do Estado, Neusa Cadore, falou sobre a importância da iniciativa. “A prevenção e o enfrentamento à violência política contra as mulheres é um dos eixos de atuação da SPM. Infelizmente, as mulheres também sofrem violências políticas de gênero em todos os espaços que ocupam. Isso precisa ser discutido, visibilizado, prevenido e enfrentado no nosso cotidiano”, afirmou.
O objetivo central é capacitar agentes públicos para reconhecer, prevenir e enfrentar situações de violência política, consolidando uma cultura institucional antirracista, feminista e comprometida com a democracia verdadeiramente representativa. A formação servirá de base para o diagnóstico que embasará o Plano Estadual de Prevenção e Enfrentamento à Violência Política de Gênero e Raça, previsto no Plano Plurianual 2024-2027.
A iniciativa parte da constatação de que a participação feminina continua minoritária nos espaços de poder: em 2022, as mulheres corresponderam a apenas 17 % das eleitas no País e 12 % no Nordeste; na Bahia, o índice de deputadas federais eleitas em 2018 foi de 7,7 %. Esse quadro revela barreiras estruturais — acentuadas para negras, periféricas, indígenas, trans e quilombolas — que o curso pretende ajudar a superar.
Fonte: Ascom/SPM