O senador Paulo Paim (PT-RS), em pronunciamento nesta segunda-feira (7), defendeu mudanças no sistema tributário para reduzir a desigualdade no Brasil. Ele citou o Relatório Mundial da Desigualdade (World Inequality Report), publicado em 2022 por vários pesquisadores do campo da economia, segundo o qual os 10% mais ricos da população brasileira concentram cerca de 60% da renda nacional, enquanto os 50% mais pobres ficam com menos de 10%.
— O Brasil não pode continuar sendo o país mais desigual do mundo. Não é uma frase de efeito, é um dado cruel, perverso e real. Isso é insustentável. É hora de taxar os super-ricos. O Brasil é um dos poucos lugares no mundo onde lucros e dividendos não são taxados. Quem vive de dividendos não paga um centavo de imposto. Isso não pode continuar assim — afirmou.
O senador criticou os benefícios fiscais que, segundo ele, favorecem grandes grupos econômicos. Paim afirmou que, apenas em 2026, o governo federal deixará de arrecadar mais de R$ 620 bilhões por causa de isenções fiscais.
Ele também defendeu o fim dos "supersalários" no setor público e a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Para a faixa entre R$ 5 mil e R$ 7 mil, sugeriu desconto parcial. Segundo ele, a medida pode beneficiar a classe média, aquecer o consumo e gerar empregos.
— Precisamos retomar o caminho do bem-estar social, do crescimento sustentável, do desenvolvimento com inclusão, da geração de emprego e renda — disse Paim.