Representantes do governo, universidades, setor produtivo e movimentos sociais participaram, nesta terça-feira (8), de uma oficina promovida pela Secretaria Estadual do Planejamento (Seplan). A atividade integra o processo de atualização do Plano de Desenvolvimento Integrado (PDI) da Bahia, que agora tem horizonte até 2050.
Realizada com apoio da consultoria Macroplan, parceira da Superintendência de Planejamento Estratégico da Seplan na elaboração do plano, a oficina foi dividida em três etapas: contextualização do PDI e da importância da visão de futuro; apresentação do caminho percorrido até o momento; diálogo sobre os atributos desejados para o futuro da Bahia.
Segundo a Macroplan, a visão de futuro é a "descrição ou imagem da situação desejada em um determinado horizonte de tempo". Ela deve refletir os principais desafios e aspirações da sociedade, constituindo uma conquista estratégica de grande valor e sendo mensurável por indicadores quantitativos.
Para o presidente da Central Única das Favelas (CUFA/Bahia), Márcio Lima, a atividade foi muito positiva. "Quando estamos falando de planejamento, a CUFA — que hoje representa no Brasil mais de cinco mil favelas e 17 milhões de pessoas — sente que essas pessoas estão tendo voz neste espaço. Estamos com várias entidades aqui, representações tanto governamentais quanto da sociedade civil. E a CUFA fazer parte disso é afirmar que as pessoas que moram em favelas também podem contribuir para essa construção tão importante para a nossa sociedade", avaliou.
A importância de pensar o futuro da Bahia conectado ao cenário nacional e global foi destacada pelo diretor do Sebrae Bahia, Vítor Lopes. "A Bahia tem potencialidades importantes, como na área da mineração e das energias renováveis, que são demandas crescentes no mundo. Precisamos aproveitar essas oportunidades de forma sustentável, com mais igualdade na repartição de renda. Não somos um estado isolado do que acontece no Brasil e no mundo. É fundamental fomentar o empresariado local e o desenvolvimento endógeno para melhorarmos o nível de renda", afirmou.
Lopes também destacou que a Bahia historicamente tem seu desenvolvimento subordinado à lógica nacional, o que, segundo ele, precisa ser superado.
"Precisamos captar as novas tendências mundiais, identificar setores em que temos potencial, desenvolver essas áreas aqui mesmo e utilizar nosso capital interno. O fortalecimento do nosso empresariado é essencial para ampliar a geração de renda e agregar valor às cadeias produtivas, elevando o nível de desenvolvimento econômico do estado", concluiu.
De acordo com a Macroplan, a definição dos atributos da visão de futuro é um passo essencial para a formulação estratégica. São considerados atributos desejáveis para a Bahia: uma educação transformadora, uma sociedade justa, segura, sustentável e com economia dinâmica.
A atualização do Plano de Desenvolvimento Integrado (PDI) para os próximos 25 anos tem como objetivo alinhar as estratégias de longo prazo aos novos cenários econômicos, sociais e ambientais, com foco no desenvolvimento sustentável e integrado do estado. O plano tem como premissas ser transparente, diverso e representativo, estrategicamente relevante e baseado em dados e evidências.
Participaram da oficina instituições como: Universidade Federal da Bahia (UFBA), Central Única das Favelas (CUFA-Bahia), Ministério Público da Bahia (MP-BA), Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (SEPROMI), Central Única dos Trabalhadores (CUT-Bahia), Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), Tribunal de Contas do Estado (TCE-BA), Secretaria do Meio Ambiente (SEMA) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb).
Fonte: Ascom/Seplan