A quarta edição do Edital Ciência na Mesa já está no ar. Lançada nesta quarta-feira (30), durante o Seminário Estadual do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional – SISAN, em Feira de Santana, a iniciativa vai destinar mais de R$ 6,3 milhões a projetos que aliem ciência, inovação e comunicação no enfrentamento à insegurança alimentar no estado. Coordenado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), a chamada foi lançada em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e a Casa Civil, por meio do programa Bahia Sem Fome. O documento já está disponível no site da Fundação.
Voltado para pesquisadores mestres ou doutores vinculados a Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICTs) sediadas na Bahia, o edital contempla propostas com foco em soluções criativas, acessíveis e sustentadas cientificamente. Cada projeto poderá receber até R$ 600 mil, com prazo de execução de até 24 meses. Também estão previstos R$ 200 mil para ações de avaliação, divulgação científica e realização de eventos relacionados.
De acordo com o diretor-geral da Fapesb, Handerson Leite, o novo edital reforça o papel estratégico da ciência e da inovação no enfrentamento das desigualdades sociais e na promoção da segurança alimentar. A chamada, segundo ele, busca aproximar a ciência das realidades enfrentadas pela população baiana. “Nosso objetivo é mobilizar pesquisadores e instituições para desenvolver soluções concretas que melhorem, de forma direta, o cotidiano alimentar das populações em situação de vulnerabilidade”, afirmou.
Para o coordenador-geral do programa Bahia Sem Fome, Thiago Pereira, o Ciência na Mesa 4 é uma iniciativa estratégica, pois integra a perspectiva da comunicação com a segurança alimentar e nutricional. “Esse novo edital nos ajuda a produzir e sistematizar processos e ferramentas que fortalecem nossa atuação. Dentro dessa agenda que envolve a pesquisa, a sistematização do conhecimento e das boas práticas, podemos avançar na promoção do direito humano à alimentação e no enfrentamento ao desafio da fome, que é uma realidade de muitas famílias em situação de vulnerabilidade.”
Segundo o coordenador executivo de pesquisa, inovação e extensão tecnológica da SDR, Léo Farias, a Bahia tem mostrado que é possível fazer política pública com base em ciência e protagonismo popular como instrumentos de transformação social. “Sob a liderança do governador Jerônimo Rodrigues, o Ciência na Mesa 4 reconhece a comunicação como elemento estratégico para fortalecer a agricultura familiar, promover segurança alimentar, justiça climática e impulsionar a transição agroecológica”, reforçou.
Soluções inovadoras
Entre os temas estratégicos contemplados estão educação alimentar e nutricional contextualizada à diversidade cultural, valorização de saberes tradicionais, políticas públicas do setor e comunicação como ferramenta de enfrentamento à desinformação climática e a violações socioambientais.
O edital valoriza formatos acessíveis e diversos, como podcasts, vídeos, jogos, cartilhas, oficinas, aplicativos, exposições de cordel, peças teatrais, dentre outros. A proposta é tornar o conhecimento científico mais próximo e útil para diferentes públicos e territórios da Bahia. Também serão incentivadas parcerias com instituições de ensino, pesquisa e extensão, além da participação das Agências de Notícias das escolas estaduais.
Histórico
O Ciência na Mesa 4 dá sequência a uma política pública que já mobilizou R$ 34 milhões em investimentos. As edições anteriores abordaram temas como agricultura familiar, incubação de empreendimentos populares e soluções para o acesso à água. Parte dos recursos já foi executada em 2023, e o restante está incorporado ao Plano Plurianual (PPA) 2024–2027.
Fonte: Ascom/Fapesb