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Sessão solene homenageia 60 anos da Campanha da Fraternidade e ressalta necessidade de união em meio a guerras e polarização

Líderes de diferentes religiões defenderam a tolerância também na política

12/03/2024 17h16
Por: Redação Fonte: Agência Câmara
Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

Os 60 anos da Campanha da Fraternidade, promovida pela Igreja Católica no Brasil no período da Quaresma (entre a Quarta-feira de Cinzas e a Páscoa), foram homenageados em sessão solene da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (12).

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Parlamentares e convidados fizeram uma reflexão sobre o tema deste ano: “Fraternidade e Amizade Social”. Eles apontaram a polarização política e as guerras – como os conflitos entre Israel e Palestina e entre Rússia e Ucrânia – para salientar a importância do lema da campanha, “Vós Sois Todos Irmãos e Irmãs”, baseado em um versículo da Bíblia.

Os participantes da homenagem fizeram um histórico da Campanha da Fraternidade, que nasceu em âmbito regional, no Rio Grande do Norte, e depois se tornou nacional. Muitos destacaram que parte desta história coincidiu com o período da ditadura militar no Brasil.

Pilar na promoção da ética
A sessão solene foi proposta por 12 deputados de três partidos. Um deles, Alexandre Lindenmeyer (PT-RS), afirmou que a Campanha da Fraternidade tem sido um pilar na promoção de valores éticos na sociedade. "E a cada edição vem sempre contribuindo para a manutenção do tecido social brasileiro, promovendo profundas reflexões sobre os principais temas do século 20 e agora do século 21”, disse o deputado.

Outros parlamentares ressaltaram que a amizade social expressa no tema deste ano pode superar preconceitos e o individualismo no esforço de enfrentar as grandes questões sociais. Eles lembraram ainda que a polarização e a divergência trazem a intolerância e o ódio por quem pensa diferente.

Intolerância religiosa
Além dos líderes católicos, a sessão solene contou com a presença de Adna Santos, a Mãe Baiana de Oyá, uma liderança do candomblé. Ela falou sobre a intolerância religiosa, recordou as agressões aos terreiros e falou da importância do ecumenismo ao ler o trecho de uma carta que ainda espera conseguir enviar ao Papa Francisco.

“Uma atitude de abertura na verdade, no amor, deve caracterizar o diálogo de pessoas de diferentes religiões. Enquanto líder religiosa do candomblé, muito nos conforta observar que as palavras e gestos de Vossa Santidade têm semeado a compaixão, a benevolência e o respeito à diversidade, divulgando o Evangelho que abençoa e acolhe o próximo”, discursou Adna Santos.

Exemplo da Câmara
O padre Jean Paul, coordenador nacional da Campanha da Fraternidade, sugeriu que a Câmara também coloque em prática os parâmetros do tema lançado neste ano.

“É daqui que deve nascer o testemunho, o exemplo de uma verdadeira amizade social. A polarização que nós vivemos não é exclusivamente política, mas nós a experimentamos com força no ambiente político", disse Paul. "Se nós experimentamos a chaga no ambiente político, por que não experimentar também o remédio?”, sugeriu o religioso.

Gestos concretos
Primeiro vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a CNBB, entidade que coordena a Campanha da Fraternidade, dom João Justino lembrou o que chamou de “gestos concretos” da campanha, como a coleta para o Fundo Nacional de Solidariedade, que, em 2023, arrecadou cerca de R$ 7 milhões, distribuídos a 300 projetos sociais.

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