Para celebrar o Dia Nacional das Nações de Candomblé, comemorado no dia 21 de março, a Prefeitura de Alagoinhas, por meio da Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo (SECET), promoveu uma programação especial, realizada no último sábado (23),que incluiu palestra, roda de conversa, Xirê de Rua e apresentações musicais.
No segundo ano de comemoração, a SECET promoveu o evento cultural com o apoio da Federação Nacional do Culto Afro-Brasileiro (FENACAB) de Alagoinhas. De acordo com a professora Iraci Gama, titular da SECET, ainiciativa é uma manifestação de respeito à uma cultura muito tradicional do Brasil, a cultura africana, que constitui uma das raízes da formação do povo. A FENACAB contribuiu orientando sobre a essência da celebração, de que forma pode-se comemorar e de que temas tratar.
O evento começou na Biblioteca Municipal Maria Feijó, com uma palestraministrada por Pai Andréd’Ajunsun, sobre a importância das folhas sagradas como ferramentas para tratamentos de saúde,tomando como referência Ossain, o Orixá das folhas. O tema foi bastante propício, visto que em julho de 2023 foi publicada uma resolução do Plano Nacional de Saúde que reconhece os terreiros de candomblé como um espaço de cura, complementar ao Sistema Único de Saúde (SUS). Durante o encontro, foiaprovado o texto de um preito de gratidão, iniciativa da SECET, que será assinado e enviado à Ministra da Saúde e ao Conselho Nacional de Saúde, agradecendo por esse reconhecimento e deferência, e ao Presidente da República, pela lei que instituiu em 2023, o dia 21 de março como Dia das Nações do Candomblé.
Na sequência, a celebração continuou na Praça Rui Barbosa, com um Xirê de Rua, com os cânticos do Babalorixá Lucas Gogó de Ouro e com as apresentações musicais de Banda IYAMI, Caffé Pitta e grupo de dança Mágica Bahia.
Para Mãe Geisa de Oxum, coordenadora da FENACAB Alagoinhas, o Dia das Nações de Candomblé representa vitória, satisfação, emoção, gratidão e muita alegria. “Isso significa ter um lugar nosso, um lugar dentro da sociedade, como todas as outras religiões. Para quem se encontra, pratica, quer de verdade, o candomblé é uma religião linda”, expressaMãe Geisa.
Cléber Almeida, vice-coordenador da FENACAB, destacou o valor da data para ocupação dos espaços pelos praticantes das religiões de matriz africana. “A importância é a gente ocupar esses espaços, né?Essa lei que foi promulgada ao ano passado, oficializou um espaço que nós já tínhamos. Com o complemento dessa portaria do Conselho Nacional de Saúde, que trouxe o terreiro como auxiliar do SUS, como local de cura.Então, é muito importante isso e é daí que vêm os motivos para essa comemoração”, reconheceu o Procurador do Município, advogado e entusiasta que atua na defesa dos direitos dos Povos de Matrizes Africanas em Alagoinhas e região.
“A Secretaria de Cultura existe também para fazer pesquisa, investigar, descobrir quais são as raízes de um povo. Um povo que não conhece a sua origem, o seu passado, não tem como planejar o seu presente e muito pior, o futuro. Então é responsabilidade da SECET fazer essas investigações”, afirmou a professora Iraci Gama.
Fotos: Roberto Fonseca e Divulgação
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