O Ministério das Mulheres (MM), por meio da Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, realizou uma visita técnica na Casa da Mulher Brasileira (CMB), em Salvador, nesta terça-feira (8). O objetivo foi verificar o funcionamento da estrutura e dialogar com a Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher no estado, sobre as novas medidas já adotadas pelos governos federal e estadual para ampliar o serviço com a construção de três novas Casas da Mulher Brasileira no interior, nos municípios de Itabuna, Irecê e Feira de Santana, cujos processos já estão em andamento.
A visita foi conduzida pela secretária das Mulheres do Estado, Neusa Cadore, e envolveu a secretária Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres do MM, Estela Bezerra; Maura Souza, coordenadora-geral de Fortalecimento da Rede de Atendimento do MM; e Vanda Pignato, ex-ministra e primeira-dama de El Salvador, fundadora da Ciudad Mujer, projeto que inspirou a criação da Casa da Mulher Brasileira.
A CMB, em Salvador, foi inaugurada no dia 19 de dezembro de 2023 e funciona com a gestão compartilhada entre o Estado e o município no convênio do Governo Federal. Desde que foi inaugurada, já foram realizados mais de 29.500 atendimentos à mulheres vítimas de violência doméstica.
A secretária Neusa Cadore disse que, em 2024, houve uma redução de 55% do número de feminicídio na capital e Região Metropolitana e que o funcionamento da CMB pode estar associado a isso. “Este é um equipamento fantástico, onde a mulher encontra atendimento humanizado e uma série de serviços em um só lugar. Isso faz com que ela se encoraje, denuncie e encontre meios de enfrentar e romper esse ciclo de violência. Estar aqui com o Ministério das Mulheres e toda a nossa rede, nos inspira para continuarmos ampliando essa e outras políticas públicas de proteção e defesa da vida das mulheres”, afirmou.
A secretária Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres do Ministério das Mulheres, Estela Bezerra, destacou a importância do regime de colaboração para o funcionamento da CMB. “Eu saio daqui feliz, porque a Casa da Mulher Brasileira em Salvador tem uma modelagem adequada. A conversa com as equipes foi muito enriquecedora. Eu acredito que essa modelagem já pode ajudar outras casas da mulher que não têm o mesmo arrojo que essa casa tem”, ressaltou.
Estela destacou a interiorização desta política pública na Bahia. “Essa política pública, que conseguiu a redução dos feminicídios aqui na área metropolitana, pode e merece ser interiorizada, porque 55% de redução é o que a gente precisa no Brasil inteiro. O Governo Federal já liberou as três novas Casas da Mulher Brasileira para a Bahia e o Governo do Estado está vencendo a parte burocrática. É impossível a gente conviver com a chaga social, que é o extermínio de mulheres pelo simples fato de serem mulheres”, enfatizou.
Sobre a CMB
A Casa da Mulher Brasileira, em Salvador, fica aberta 24 horas por dia, todos os dias da semana, ao lado do Hospital Sarah. A Casa oferece atendimento multidisciplinar à mulheres vítimas de violência doméstica, por meio de órgãos como o Ministério Público; Defensoria Pública; Delegacia Especializada (Deam); 5° Vara da Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça; Batalhão de Proteção à Mulher Maria da Penha; e conta ainda com abrigamento temporário e acolhimento psicossocial.
Além da visita técnica do MM, a Casa da Mulher Brasileira sediou, nessa segunda e nesta terça-feira (7 e 8), o curso sobre Violência política de gênero e raça realizado pela Secretaria de Política para as Mulheres do Estado (SPM), em parceria com o Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (Neim/Ufba).
Fonte: Ascom/SPM