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Cuidados com a longevidade: onça-parda idosa passa por procedimento clínico no Parque Zoobotânico da Bahia

Com aproximadamente 19 anos, uma onça-parda, também conhecida como suçuarana, do Parque Zoobotânico da Bahia, passou, nesta sexta-feira (11), por u...

Por: Redação Fonte: Secom Bahia
11/07/2025 às 16h56
Cuidados com a longevidade: onça-parda idosa passa por procedimento clínico no Parque Zoobotânico da Bahia
Foto: Divulgação/Ascom Inema

Com aproximadamente 19 anos, uma onça-parda, também conhecida como suçuarana, do Parque Zoobotânico da Bahia, passou, nesta sexta-feira (11), por um novo check-up clínico. O procedimento, realizado com apoio de especialistas parceiros, visa monitorar o avanço de um quadro de metástase identificado anteriormente, e reforça o compromisso do Parque com o bem-estar dos animais sob seus cuidados, sobretudo aqueles em idade avançada.

A onça chegou ao Parque em 2009, vinda do Centro de Triagem de Animais Silvestres do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (CETAS/IBAMA), com cerca de dois anos. Desde então, passou a integrar o plantel do Parque e vem sendo acompanhada de forma contínua pela equipe técnica. Há cerca de sete anos, a fêmea começou a apresentar sinais de artrose, uma condição degenerativa comum em animais idosos, especialmente os de grande porte.

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“Ela recebe uma dieta balanceada, com suplementações específicas e manejo voltado para garantir qualidade de vida. A rotina inclui enriquecimento ambiental, avaliações clínicas periódicas e observação constante”, explica a gestora do Parque Zoobotânico, Ana Celly.

No ano de 2022, passando por mais um check-up de rotina, os exames de imagem identificaram uma massa em um dos rins. Desde então, a onça vem sendo acompanhada pela equipe médica do Parque, priorizando seu bem-estar.

A nova bateria de exames foi coordenada pela médica veterinária do Parque, Cristiane Freitas, que decidiu antecipar o procedimento já programado, após a onça apresentar um leve sinal de desconforto, ainda que estivesse se alimentando normalmente e mantendo suas funções vitais estáveis.

“Todo esse manejo realizado foi para avaliar uma condição clínica que já vínhamos acompanhando desde 2022. Infelizmente, constatamos uma evolução no quadro, o que era esperado pela idade. Agora, vamos nos reunir com a equipe de veterinários do Parque para definir os próximos passos de tratamento e os cuidados terapêuticos adequados para ela”, afirmou Cristiane.

A ação de manejo da suçuarana contou com o apoio do anestesista e cardiologista parceiro, Gildásio Fernandes, responsável pela anestesia inalatória. Segundo o especialista, o exame só foi possível devido à sedação. “Ela respondeu bem a um procedimento delicado, que requer toda a segurança, tanto para o animal quanto para a equipe. Por isso, precisa ser anestesiada, não dá para fazer esses exames com ela totalmente acordada”, reforçou.

A intervenção contou com a colaboração de outros especialistas parceiros, incluindo o radiologista Joab Casaes, responsável pela execução dos exames de imagem; o médico veterinário Mário Danilo Porto, que conduziu a ultrassonografia abdominal; e o odontólogo Diego Iglesias, que realizou a avaliação odontológica do animal. A participação integrada desses profissionais permitiu não apenas a realização segura do procedimento, mas também a identificação de alterações relevantes no quadro clínico da onça. É o que explica a médica-chefe da clínica do Parque, Victoria Bastos.

“Durante o procedimento, além da neoplasia em progressão no rim esquerdo, identificamos ainda uma alteração cardíaca, com aumento do ventrículo esquerdo, além de alterações também no rim direito. Vamos aprofundar a avaliação com exames laboratoriais, após coleta já realizada hoje, e uma tomografia, para entender se ela tem condição cirúrgica e, se for o caso, indicar a melhor conduta para oferecer a ela um prognóstico mais positivo”, esclareceu a veterinária.

Apesar do quadro clínico, a onça continua ativa: anda normalmente, se alimenta sozinha e mantém os hábitos e comportamento natural. Isso, segundo a equipe do Parque, é reflexo de um protocolo estruturado de medicina preventiva e manejo ético, voltado à preservação da saúde física e mental dos animais.

Em vida livre, a expectativa de vida de uma onça-parda é de cerca de 13 anos. Em cativeiro, esse número pode chegar aos 17 ou 18, o que reforça a longevidade excepcional da fêmea do Parque Zoobotânico da Bahia, fruto direto dos cuidados recebidos ao longo dos anos.

Um plantel longevo

A história da suçuarana é um entre vários exemplos que ilustram a política de bem-estar animal desenvolvida no Parque Zoobotânico da Bahia. O Parque abriga atualmente diversos animais em idade avançada, a exemplo dos ursos, harpias, hipopótamo (fêmea), zebra e alguns macacos, tanto o aranha-de-cara-branca quanto o aranha-de-cara vermelha. Todos eles são acompanhados por protocolos específicos de saúde, nutrição e enriquecimento ambiental.

“O que garante a longevidade dos nossos animais é o cuidado contínuo, o manejo adequado e a vigilância diária. Nossos protocolos são rigorosos, e temos um foco forte em medicina preventiva”, salienta Ana Celly. O Parque conta com apoio de profissionais especialistas e clínicas parceiras, ampliando o nível de cuidado ofertado aos animais.

Missão conservacionista

Além do cuidado individual com cada animal, o Parque Zoobotânico da Bahia atua como uma instituição de conservação, integrando programas de reprodução, manejo genético e apoio a estratégias de reintrodução de espécies ameaçadas na natureza. Espécies como o urso-de-óculos e a harpia, por exemplo, fazem parte de programas internacionais de Studbook (cadastro global de indivíduos usados em projetos de conservação genética).

“A escolha de quais animais manter e receber não é feita com base apenas no apelo do público. Nosso trabalho está alinhado com diretrizes técnicas e comitês de conservação. Não se trata apenas de exibir espécies, mas de contribuir para sua preservação”, explica Ana.

Nos casos em que animais idosos chegam ao fim de sua vida, a equipe já atua com planejamento, visando manter o papel ecológico da instituição, respeitando a necessidade de continuidade dos programas de conservação. A possível substituição ou recebimento de novos animais leva em conta fatores como o status de ameaça da espécie, seu potencial reprodutivo e seu papel nos programas de conservação.

“O público tem compreendido melhor nosso papel e missão. Hoje, mais do que nunca, a educação ambiental é parte central do trabalho do Parque. E a conservação da nossa fauna nativa é prioridade”, reforça a gestora.

Fonte: Ascom/Inema

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