O leite é ordenhado 30 minutos antes do horário da dieta e ministrado para os recém-nascidos por meio de sonda pela equipe da Utin
Nascida prematura de 26 semanas no início de fevereiro, Maria Luiza precisou ser internada na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) do Hospital Regional Norte (HRN), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) em Sobral. Para incentivar o desenvolvimento da criança e garantir o alimento mais completo para os bebês, o leite materno, a mãe de Maria Luiza, a professora proveniente de Meruoca, Maria da Conceição Furtado, 30, a acompanha e faz a ordenha à beira leito. O leite é ordenhado 30 minutos antes do horário da dieta e ministrado para a recém-nascida por meio de sonda pela equipe da Utin.
O procedimento é indicado para os bebês que não conseguem ser amamentados diretamente no peito por estarem fazendo uso de sondas e outros dispositivos. A médica neonatologista do HRN Isabella Vidal explica que muitos são os benefícios da técnica, entre os quais aumentar o vínculo entre a mãe e a criança. “O fato de ela manter contato visual com seu filho promove, sabidamente, um aumento na produção/volume de leite ordenhado. Além disso, o leite humano cru é considerado ideal para o recém-nascido por não passar por nenhum processo que possa interferir em suas substâncias protetoras”, ressalta. Na Utin, existe uma rotina estabelecida para garantir a ordenha à beira leito. “Desde o primeiro dia de internação, a mãe recebe orientação quanto aos benefícios do aleitamento materno e as vantagens de a ordenha acontecer nesse local”, explica a médica.
A ordenha à beira leito tem como benefícios aumentar o vínculo entre a mãe e o bebê, além de garantir anticorpos para a criança por meio do leite materno
A nutricionista do HRN Larissa Leite, complementa que o valor nutricional e os benefícios para o bebê também são mantidos. “O leite cru ofertado ao recém-nascido em até 30 minutos após a ordenha tem todos os anticorpos e imunoglobulinas ativas”, explica. Ela destaca que o papel da nutrição no acompanhamento dos bebês da Utin é trabalhar os benefícios da amamentação ao longo do período de internação, além de acompanhar o diagnóstico nutricional da criança. Semanalmente são avaliadas as medidas antropométricas para, junto ao acompanhamento dos médicos neonatologistas, traçar a meta calórica das crianças.
Além do bom desenvolvimento dos pequenos, as mães também sentem os benefícios. “É muito bom para minha filha e para mim também porque eu estou aqui pertinho dela e consigo produzir mais leite. Além de ordenhar o que ela precisa, ainda consigo doar para o Banco de Leite”, ressalta Maria da Conceição.
Noah Rafael, nascido em Monsenhor Tabosa no início deste mês de fevereiro, foi transferido para a Utin do HRN em virtude de alguns problemas respiratórios que apresentou após o parto. A mãe da criança, a agricultora Kelly da Silva Souza Furtado, 30, aprova a técnica. “Até para criar vínculos com meu filho é importante”, avalia.
O HRN conta com o Banco de Leite Humano (BLH) que recebe doações de leite materno. Além disso, oferta o Ambulatório de Aleitamento Materno, serviço voltado ao incentivo da amamentação.
Para pacientes egressos da internação no HRN, é realizada a puericultura, que acompanha o crescimento e a evolução neurológica do bebê, além de abordar questões relacionadas ao aleitamento, às principais dificuldades e como contorná-las. O ambulatório conta, ainda, com atendimento em Enfermagem, que contempla o público geral.
Para doar leite ao Banco de Leite do HRN basta entrar em contato com o Ambulatório de Aleitamento Materno pelos números (88) 3677-9411 ou enviar mensagem, via WhatsApp, para (88) 98869-5352. Já os contatos do Banco de Leite Humano são (88) 3677-9467 e (88) 98883-4079.
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