O prefeito de Juazeiro, Andrei da Caixa (MDB), e o secretário de Cultura, Targino Gondim, anunciaram nesta quinta-feira, 16, que o município não realizará o Carnaval em 2025. A decisão foi publicada oficialmente no Diário Oficial do Município e ocorre em meio ao alto endividamento da cidade, que ocupa a quarta posição no ranking nacional das mais endividadas do Brasil, com um déficit de R$ 300 milhões, segundo levantamento do portal UOL.
A crise financeira foi agravada pela gestão anterior de Suzana Ramos (PSDB), e, nos primeiros dias de sua administração, Andrei da Caixa decretou estado de calamidade financeira e emergência na Secretaria de Saúde (Sesau). O cancelamento da festa foi uma medida necessária para direcionar os recursos escassos ao enfrentamento das dificuldades financeiras e da precariedade nos serviços essenciais.
Em publicação nas redes sociais, o prefeito explicou a decisão:
“Após analisar a situação financeira de Juazeiro, decidimos cancelar o Carnaval deste ano. O município enfrenta uma grave crise financeira, com dívidas elevadas e dificuldades na saúde, como atrasos salariais e falta de insumos. Estamos trabalhando com dedicação para reorganizar Juazeiro e cuidar das pessoas. Tenho certeza de que, em um futuro breve, iremos comemorar um Carnaval lindo juntos!”
Juazeiro se junta a outras quatro cidades baianas que também decretaram estado de calamidade financeira: Bom Jesus da Lapa, Brumado, Curaçá e Lauro de Freitas. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) também se manifestou na semana passada, enviando uma recomendação à atual gestão sobre os custos elevados do Carnaval. O MP-BA alertou que a festa acarretaria uma sobrecarga nos serviços de saúde, segurança, iluminação pública e limpeza urbana, já deficitários. Além disso, a falta de manutenção nas placas da Orla I, trecho por onde circulam os trios elétricos, foi apontada como um risco à segurança dos foliões.
Com o cancelamento do evento, a administração municipal se compromete a focar em medidas emergenciais para restabelecer o equilíbrio fiscal e melhorar os serviços públicos essenciais.