Com muita reflexão, memória e emoção, o Conselho Estadual de Educação da Bahia (CEE-BA) realizou, nesta terça-feira (15), no auditório Luiza Bairros do Complexo da Gestão Democrática da Educação, mais uma edição da Tertúlia Dialógica, desta vez com ênfase na História da Bahia. Dedicado a aprofundar o debate sobre a implementação da Resolução CEE nº 125/2024, o encontro marcou um passo decisivo para a inserção da História da Bahia no currículo das escolas da Educação Básica do sistema estadual.
As tertúlias se consolidam como espaços de diálogo, escuta ativa e construção coletiva de conhecimento para o Conselho Primaz do Brasil. “A Bahia não pode se ausentar de sua própria narrativa. Quando o currículo acolhe a nossa história, ele forma sujeitos mais conscientes, críticos e capazes de valorizar sua identidade cultural. É um ato de reparação histórica e de justiça curricular”, afirmou o presidente Roberto Gondim Pires, destacando que encontros como estes são ferramentas concretas de transformação.
A abertura do evento trouxe também um momento de emoção e pertencimento: a vice-presidente do CEE, Dinalva Melo do Nascimento, interpretou trechos do samba-enredo Bahia de Todos os Deuses (Salgueiro, 1969), sendo ovacionada pelos presentes. “A nossa história precisa pulsar na voz e no coração das escolas”, destacou, reforçando a conexão entre currículo e identidade cultural.
A programação reuniu nomes da academia, gestores educacionais e professores em mesas que discutiram os ciclos históricos, culturais e educacionais do estado, seus reflexos no Brasil e no mundo e, sobretudo, as interfaces pedagógicas da norma que cria o componente curricular História da Bahia, como Dayse Lago de Miranda (Vice-Reitora da UNEB); Prof. Dr. Ricardo Moreno Pinho; Prof. Marielson Carvalho (UNEB); Dra. Cleia Souza Secretária Geral da OAB e Titular no Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN) na cadeira de cultura; Profa. Dra. Helaine Pereira de Souza, superintendente de Políticas para a Educação Básica da Secretaria Estadual da Educação (SEC-BA).
Como destaque da Tertúlia, o professor José Augusto Ramos da Luz, da Universidade Federal de Feria de Santana (UEFS), defendeu uma abordagem crítica e plural para compreender os processos históricos que moldaram a Bahia. A tertúlia também deu voz à prática escolar. A experiência apresentada pelo SESI Milton Santos, de Camaçari, demonstrou como a inclusão da História da Bahia no cotidiano escolar fortalece o vínculo territorial e amplia o repertório cultural dos estudantes.
Esta foi a quarta edição das Tertúlias Dialógicas do CEE, projeto inspirado na metodologia das tertúlias literárias, que promove rodas reflexivas sobre temas estruturantes do currículo baiano. Além de fomentar a implementação das resoluções do Conselho, a iniciativa reafirma o compromisso com uma educação democrática, inclusiva e territorializada, que reconhece a diversidade cultural como eixo de formação cidadã.
Fonte: Ascom/CEE-BA