A morte da cantora Preta Gil, aos 50 anos, em decorrência de um câncer colorretal, desencadeou um aumento expressivo na busca por colonoscopias no Hospital AC Camargo, em São Paulo. O exame é considerado fundamental para o diagnóstico precoce e prevenção da doença, que costuma evoluir de forma silenciosa.
Segundo o médico Drauzio Varella, a colonoscopia permite identificar e remover pólipos, pequenas lesões no intestino que podem se tornar tumores malignos.
“É um exame preventivo que salva vidas”, destaca.
O coloproctologista Marcelo Averba, do Hospital Sírio-Libanês, reforça que até lesões milimétricas podem ser retiradas durante o procedimento, reduzindo significativamente os riscos.
O câncer colorretal é o segundo tipo que mais mata no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), são estimados 45 mil novos casos por ano, com 24 mil mortes registradas apenas em 2023. Para pessoas com histórico familiar, a recomendação é iniciar o rastreamento aos 40 anos ou dez anos antes da idade em que o parente foi diagnosticado.
Preta Gil conviveu por meses com sinais de alerta, como sangue nas fezes, alterações no formato e longos períodos sem evacuar. A negligência dos sintomas reforça a necessidade de atenção redobrada ao próprio corpo.
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a colonoscopia apenas mediante indicação médica, mas o exame de sangue oculto nas fezes já é disponibilizado em unidades básicas de saúde. O Inca também anunciou a criação de um programa nacional de rastreamento, com foco na ampliação do diagnóstico precoce.
Especialistas e entidades de saúde defendem que a mobilização social é essencial para fortalecer a prevenção e garantir o acesso de mais brasileiros aos exames e tratamentos necessários. A perda de uma figura pública como Preta Gil reforça o alerta: detectar a tempo pode salvar vidas.