As vendas do comércio varejista baiano recuaram em maio (-0,7%) de 2025, frente ao mês imediatamente anterior, apesar da comemoração do Dia das Mães, segunda melhor dada para o setor. Enquanto o varejo nacional apresentou estabilidade (-0,2%). Na análise mensal, a Bahia e o Brasil registraram crescimento de 1,1% e 2,1%, respectivamente. Esses dados foram apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – realizada em âmbito nacional – e analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento.
O recuo no sazonal pode ser atribuído às pressões nos preços verificadas nesse mês, principalmente para o grupo de Habitação. De acordo com os dados do IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou nos meses de abril e maio de 2025 as taxas de 0,14% e 1,19%, respectivamente. Nesse mesmo período, na Região Metropolitana de Salvador esse grupo saiu de uma deflação de -0,22%, passando para uma inflação de 1,38%.
De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em maio/2025 o índice registrado no estado baiano foi de 78,2% de famílias endividadas, ao passo que no mês anterior havia sido de 77,6%. Esse cenário revela que o endividamento no estado baiano ainda é bastante elevado, o que compromete o avanço das vendas no setor. A situação preocupa, quando se observa que a taxa de juros se elevou nos últimos meses.
No resultado mensal, o tímido comportamento das vendas se justifica devido ao efeito base, já que em igual mês do ano passado houve crescimento dos negócios na ordem de 10,6%. Outro aspecto observado é que o índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), da Fecomércio BA e CNC caiu em -0,7% na comparação com o mesmo período do ano passado, revelando que as famílias estão menos confiantes em realizarem suas compras.
Em maio, na análise das atividades, observa-se que a expansão verificada nas vendas na comparação com o ano passado foi resultado do comportamento dos segmentos de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,1%), levando em consideração o seu peso de contribuição para o setor, influenciado pela desaceleração nos preços dos alimentos e por Móveis e eletrodomésticos com a taxa de crescimento de 11,6%, com destaque o subgrupo de eletrodomésticos que teve suas vendas impulsionadas em 16,7%, dada a comemoração do Dia das Mães.
No comércio varejista ampliado que inclui o varejo restrito e mais as atividades de Veículos, motocicletas, partes e peças, Material de construção, e Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo as vendas na Bahia se mantiveram estáveis (-0,1%), em relação ao mês imediatamente anterior. Na comparação a igual mês do ano de 2024, o recuo foi de -0,6%, resultando no acumulado do ano a taxa negativa de - 2,0%.
Esse movimento foi influenciado pelo comportamento de Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo que registrou no mês recuo de -13,8% nas suas vendas, seguido por Materiais de construção (-1,8%). Em relação ao segmento de Veículos, motocicletas, partes e peças houve expansão de 5,7% nos negócios.
Fonte: Ascom/SEI